Shamarke e Zakariye, respectivamente, com 14 e 13 anos, moravam nas ruas de Mogadishu, capital da Somália. Como muitas outras crianças, foram obrigadas a morar nas ruas por causa da pobreza e das divisões familiares. “Eu deixei meus pais quando era muito novo. Não sei aonde a minha família está ”, disse Shamarke.

COVID-19 causou impactos profundos e generalizados na economia da Somália, ao colocar em risco a subsistência de muitas famílias e ao sujeitar ainda mais crianças ao risco de acabarem na rua.

Paralelamente a isto, o fechamento de escolas teve um grande impacto nas crianças da Somália. Mesmo antes do COVID-19, estimou-se que dos 4,5  milhões de crianças em idade escolar,   apenas  1,5 milhão de crianças frequentaram as escolas, e 3  milhões de crianças em idade escolar ficaram sem frequentar às escolas.

O fechamento prolongado de escolas expôs muito mais crianças ao abuso e à exploração, e que tirou o que era para muitos o único ambiente seguro. “Antes eu morava com meninos de rua. A maioria deles costumava ter facas grandes. Eu fui tirado  destas  gangues. Agora eu moro num bom lugar. Peço às outras crianças de rua para voltarem para as escolas  ”.  Shamarke disse.

A escola foi, de facto, fundamental para tirar Shamarke e Zakariye das ruas. Graças ao Centro de Reintegração das Crianças de Rua – Kadare, filiado à Coalizão da Somália pela Educação para Todos (EFASOM), eles puderam retomar seus estudos em dezembro de 2020.

Zakariye: “Eu morava como uma criança de rua na área de Ceelgaab do distrito de Hamarweyne de Mogadishu. Eu fui viciado em drogas. Agora estou com saúde e a estudar. Eu tenho um lugar para dormir e comida para comer. No futuro, quero ser um professor  ”.

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